Sem passarela, mães de deficientes relatam perigo no acesso a entidades


27/09/2013 16h26 - Atualizado em 27/09/2013 16h26


Pq Itália, em Campinas, tem 3 instituições que atendem 1.650 crianças.
Mães relatam imprudência de motoristas e esperam há 11 anos por obras.



Do G1 Campinas e Região

A falta de uma passarela na Avenida Prestes Maia, em Campinas (SP), tem dificultado a mobilidade de mães que levam diariamente os filhos a alguma das instituições assistenciais localizadas no Parque Itália, acessado por esta via.  A Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), a Associação para o Desenvolvimento de Autistas de Campinas (Adacamp) e a Casa da Criança Paralítica atendem juntas cerca de 1.650 pacientes na região.
Juliana Cláudia de Souza é mãe de Gabriel, que é cadeirante, e conta que tem de ir para a Casa da Criança Paralítica pelo menos uma vez por semana para dar sequência ao tratamento do filho. Segundo ela, a dificuldade é atravessar as quatro faixas de pedestre da Avenida Prestes Maia, já que muitos motoristas não têm paciência. “Tem gente que é bem educada, porém outras não gostam e começam a buzinar.”, comenta Juliana.
Projetos
O gerente administrativo da Casa da Criança Paralítica, Antônio Rodrigues, conta que a instituição já teve acesso a três projetos de mobilidade urbana sugeridos pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) para para aquela região, mas nenhuma com um modelo que resolvesse efetivamente o problema.
Segundo Rodrigues, as plantas formuladas pela Prefeitura em diferentes gestões não atenderam, contudo, às necessidades dos usuários das instituições. Para Rodrigues, a alça de travessia da Avenida Prestes Maia para a Avenida Aquidabã é o acesso mais perigoso e nenhum projeto do poder público visou melhorias neste local. “Temos casos de mães que já foram atropeladas neste lugar, inclusive, uma ficou presa embaixo de um carro”, lembra.
Juliana tem dificuldade de atravessar com o filho Vítor  (Foto: Sávio Monteiro / Reprodução EPTV)Juliana tem dificuldade de atravessar com o filho
Gabriel (Foto: Sávio Monteiro / Reprodução EPTV)
Valquíria da Silva Vieira tem um filho com dificuldades de locomoção devido à paralisia cerebral. Ela conta que já quase sofreu um acidente por conta da imprudência dos motoristas que não respeitam os sinais de trânsito. “O sinal verde estava aberto para mim e um carro e uma moto passaram. Se eu tivesse confiado, poderia ter sido atropelada.”, disse.
Demora
O problema já dura 11 anos e, em 2008, a Concessionária Autoban fez doação de pedaços de concreto para a construção da passarela, mas as peças não encaixaram no projeto urbano. Agora, após cinco anos, as colunas foram abandonadas num terreno público acumulando lixo e servindo de abrigo para moradores de rua. Segundo a Autoban, a execução das obras e o armazenamento do material não é de responsabilidade da concessionária, já que a doação foi feita para a Prefeitura.
Já a Prefeitura de Campinas afirma que foi constatado que a passarela não atende às exigências da lei de mobilidade urbana e afirma que já existe um projeto para a instalação de uma nova estrutura, porém, a administração ainda capta recursos para as obras e não tem previsão de quando poderá construir o acesso.

Fonte G1



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