Deficientes: conquistas históricas


Brasilmar Nascimento Araújo
A população mundial de pessoas com algum tipo de deficiência é bastante significativa, seja neurológica ou motora: como paralisia cerebral, lesão medular, amputados membros superior e inferior, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla e as doenças congênitas que são aquelas adquiridas antes do nascimento ou no primeiro mês de vida. Mas em grande parte dos casos eles estão aptos a desempenharem atividades profissionais em alto nível. Stephen Hawking, consagrado físico teórico e cosmólogo inglês da atualidade hoje aos 73 anos, mesmo diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, desde os 21 anos de idade, uma doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo, é um colecionador de prêmios na sua área cientifica, como a Medalha Presidencial da Liberdade, concedida pela Presidência dos Estados Unidos e a Medalha de Ouro da Royal Astronomical Society, do Reino Unido, entre vários outros.
A comunidade científica internacional tem contribuído de forma decisiva na medicina preventiva, no tratamento, na cura e em uma série de métodos terapêuticos sinalizando dias mais promissores, para quem precisa de tratamento médico. O respeitado neurocientista brasileiro Dr. Miguel Nicolelis é um exemplo: liderando um ambicioso projeto que integra o cérebro humano com máquinas, as neuropróteses, para pacientes que sofrem de paralisia corporal permitindo a sua locomoção o melhor possível. Vale salientar o relevante papel das instituições sem fins lucrativos, que foram idealizadas por notáveis sonhadores que pensaram como contribuir dando um real significado na melhoria de vida de cada deficiente. Como exemplos, os médicos ortopedistas Dr. Renato da Costa Bonfim (1901-1976), fundador da AACD, Associação de Assistência à Criança Deficiente, em 1950, com sede em São Paulo e o Dr. Aloysio Campos da Paz Junior (1934-2015), fundador da Rede Sarah de Hospitais do Aparelho Locomotor, em 1960, com sede em Brasília. Eles, provavelmente, não faziam ideia, à época, quando ergueram suas obras inspiradoras hoje presentes com suas unidades em várias capitais brasileiras visando tratar, reabilitar e reintegrar à sociedade crianças, adolescentes e adultos com deficiência.
Inúmeros são os casos de pessoas com deficiência, que consolidaram feitos memoráveis em suas respectivas áreas. O alemão Ludwig Van Beethoven (1770-1827), considerado um dos compositores mais respeitados e influentes de todos os tempos é um exemplo de superação. Mesmo com a surdez parcial e que se agravou ao longo de sua carreira, lhe atormentando a vida a partir de 1796, aos 26 anos de idade, ele continuou sua obra prodigiosa eternizada em suas composições inesquecíveis. O alemão Paul Bekker (1882-1937) influente crítico musical do século XX, assim se referiu a obra de Beethoven: “O resumo de sua obra é a liberdade”. E completou: “A liberdade política, a liberdade artística do individuo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida”.
Todos os deficientes são verdadeiras fortalezas humanas, cada um demostrando a todos que viver, mesmo com certas limitações que cada deficiência impõe é o maior de todos os espetáculos, é a sublime conquista do ser!
* Brasilmar Nascimento Araújo - Articulista e Poeta - brasilmar.serradalua@gmail.com
Fonte: Jornal do Brasil

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