Rio da Paralimpíada sofre com calçadas esburacadas e acessibilidade precária
No dia 21, comissão da Alerj entregará ao governador Luiz Fernando Pezão mapeamento dos principais problemas detectados nos pontos turísticos e instalações urbanas
Não por acaso, dia 21, Dia Nacional da Pessoa com Necessidades Especiais, a comissão destacada da Alerj entregará ao governador Luiz Fernando Pezão mapeamento dos principais problemas detectados nos pontos turísticos e instalações urbanas. Apesar dos tímidos avanços nos últimos anos, como adaptações na rede hoteleira, o estado de conservação das calçadas e o número diminuto de táxis adaptados ainda são vistos como ‘calcanhares de Aquiles’, aponta a deputada Tânia Rodrigues (PDT), coautora do levantamento.
Chegar ao Rio é uma aventura desagradável para cadeirantes. Ao sair do saguão de desembarque dos aeroportos, o turista pena até encontrar veículo adaptado para o traslado até o local em que ficará hospedado. Isto porque apenas 52 táxis (de uma única cooperativa) estão capacitados. Nenhum à espera de turistas, em aeroportos ou rodoviárias.
Em Londres, sede dos Jogos de 2012, eram cerca de 400 táxis adaptados à disposição do público. "Dobraria minha frota caso fossem dadas às cooperativas condições semelhantes às que têm os taxistas”, afirma o dono da Especial Coop, Ronaldo João.
“É uma aventura. Em dias de chuva fica quase impossível”, diz Will, enquanto Wladimir emprega força para vencer um meio-fio. Tão ruim quanto as pedras portuguesas, só mesmo os paralelepípedos, encontrados aos montes pelo Centro.
O bairro de maior circulação da cidade (e de potencial histórico-turístico) é citado pela deputada como o “pior do Rio”. “Faltam rampas em quase todas as ruas, existem calçadas estreitas e pedras portuguesas aos milhares”, avalia.
Mas nem tudo é motivo para lamentos paralímpicos. No que diz respeito à acessibilidade da rede hoteleira e recepção, o Rio evoluiu. Desde o ano passado, a Empresa Olímpica Municipal vem realizando treinamentos e blitzes em aeroportos para indicar os pontos a aperfeiçoar.
Além de noções de traquejo e orientações para recepção dadas aos funcionários desses locais, o projeto coordenado pela gerente de sustentabilidade do Comitê Olímpico, Tânia Braga, colhe frutos: os antes pouco mais de 20 quartos adaptados no Rio, em 2008, hoje chegam a 80 e podem superar 100 até o próximo ano. Alguns deles ficam no Arcos Rio Palace, na Lapa. O número ficaria bem próximo ao da Olimpíada de Londres.
“Como não há obrigatoriedade nas adaptações, muitos hotéis não as fazem por conta dos custos altíssimos, quando se fala em alargamento das portas, por exemplo”, explica a deputada. Enquanto as cadeiras têm, em média, 80 centímetros de largura, a portas raramente excedem os 70 centímetros. As adaptações, além das portas, incluem a colocação de barras de segurança nas paredes, a troca de maçanetas das portas, o aumento dos boxes e a reavaliação das profundidades das banheiras, além da altura das camas.
De acordo com a legislação, até mesmo os hotéis com fachadas tombadas pelo patrimônio histórico podem contar com alterações em nome da acessibilidade. Seus interiores também podem ser alterados.Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro
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